Subjetividade

A natural seleção
Das sociedades pré-humanas
Crava fundo na carne

Mesmo você,
Acordado,
palavreando a liberdade,
Na carne rasgada,
profunda,
do pessoal

É
Um exemplar puro sangue,
de Conservador.

Digo uma verdade

Se fosse superfície,
Com o mudar do clima
E o cicatrizar de uma intensa sensibilidade;
Descascava



Mas, me desculpe,
Companheiro,
Teu corte é fundo
Teu egoísmo é crônico


E tua hipocrisia
Essa, é alta
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A omissão de pequenas imprecisões vai explodir em tristes bolhas de sabão.


E qual criança não teve a ardida sensação de uma dessas estourando gotinhas direto do olho?
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Nem no tempo há espaço para mim.

Em Água Viva só no tempo eterno da consolidação da produção artistica há espaço para a personagem.

Na realidade de precarização do trabalho, de castração do potencial artistico para 9/10 da população, nas ruas cercadas e vigiadas, na universidade filtrada também em 9/10, nem no tempo efemero de um verso mal cantado, de um risco tremulado ou na nota que arranha há espaço para min.
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André Breton e Leon Trotski
(...)
11 - Do que ficou dito decorre claramente que ao defender a liberdade de criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita"pura" que de ordinário serve aos objetivos mais do que impuros da reação. Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução. No entanto, o artista só pode servir à luta emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior.
(...)
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Concentrar-se no centro da semântica desse texto, até que não muito complexo, didático, pouco atraente, ralo, seco e enferrujado, tem sido tão complicado nas atuais condições . Nos dias que me ocupo com outros afazeres me passo por ocupado. Nos livres me ocupo de recuperar os tais ocupados. - falso - Há, aqui poderia eu, ou aquela que chama-se de consciência, reconhecer uma preguiçosa acomodação. De fato, costumo reconhecê-la. Mas com propósitos. Como se a partir dela pudesse arrancar com uma alavanca de remorso algum comprometimento mais sério. - aqui se faz uma daquelas pausas para explicações metafóricas que não couberam nas restritivas. Na alavanca o que muda o sentido da força aplicada é seu eixo, a falsa moral de que é plantar corretamente, regar 4 a 5 horas por dia e será farta a colheita de alternativas corretas... Pseudo Frutos! - (...)
Se este fosse complexo, desafiador ou ainda melhor, intrigante... Mas não. É aquele mesmo texto lido e re-lido em todos os anos. Quanta vontade têm os olhos de passar de salto pelas letras pequeninas, tão fáceis de pular - o leitor acrobata, que, por motivos que o pós-virgulas explicará, provavelmente não lerá esta ressalva, chega rápido a linha final do trajeto, canta vitória e sobe nos mais altos pódios contemporâneos. Mas pobre acrobata... pouco aprecia das curvas do caminho. - ingenuidade de pensamento. Que curvas têm esse caminho? Um vomito lógico que de tão digerido, já nem causa algum sabor. Nem baratas saem desse ralo (...)
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Ah, dor profunda.
Aquela que trinca não só no reflexo da carne.
Mas destila o sentimento,
A que faz no horizonte de minha retina,



corte enferrujado de navalha
cega.
Na imagem

Bifurca tua pele lisa em cinco.
E em cinco pedaços duplos
não sinto mais teu riso.





Não!
Explode logo
Explode depressa!

Te ver despedaçada, dançando
Te ver em decomposta, no sol, secando...
Te ver dançando um sorriso de vontades destroçando-se nas esperanças do romântico amor.




Não!
Canta logo
Desata esse nó!

Só te peço, ternura de humano que riste na carne bela
Não deixa que seque a jovem, bela flor,
Na mão seca desse pós-mundo.





Quero amar-te pedaço a pedaço,
Beijar-te remendo a remendo
até que tudo se junte
E por, pelo menos, um canto de instante.
Sejas mistura,
sejas colorido.
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A título simbólico é interessante notar a relação entre a origem do cinema e o sujeito da emancipação da sociedade.

A título analítico é importante saber o papel que o cinema cumpre para a sociedade do lucro.



A título de mobilização é preciso tomar o cinema e usá-lo como munição!
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Uma vela,
a ultima fagulha.

que Apaga
nesse assopro descuidado.


Uma petala,
de rosa.

Que cai
E você pisa no passo apressado.


Um amor,
Subjetivado em tua veia.

Ditero, explicito... quese dito.

Não sentiu,
Não sonhou.
Não esqueceu
simplesmente não viu.

Ah... seres que leem, não sejam cegos de Coração!

Pois até as mais belas flores
murcham, secam e apodrecem...
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A timidez é uma condição estranha da alma, uma categoria e uma dimensão que se abre para a solidão. Também é um sofrimento inseparável, como se a gente tivesse duas epidermes e a segunda pele interior se irritasse e se contraísse diante da vida. Entre as estruturações do homem, esta qualidade ou este defeito são parte do amálgama que vai fundamentando, numa longa circunstância, a perpetuidade do ser.”


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Três títulos
Dois conceitos
Um potinho cheio de argumentos pontudos
E aquele sotaque forçado de cafeína.

idéias mastigadas
Recortam as bordas com tesouras conveniêntes
Vestem tímpanos, olhos e lábios.
E começam o desfile.
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O artigo que me pediram afasta-se do papel. É verdade que tenho o cigarro e tenho o álcool, mas quando bebo demais ou fumo demais, a minha tristeza cresce. Tristeza e raiva. Ar, mar, ria, arma, ira. Passatempo estúpido.”
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que me Amola


desorganiza o reflexo
Afia a casmurrice
desilude o concreto

e esconde, Cega
o brilho das estrelinhas.
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A diferença fundamental entre o filme e as outras artes é que na sua reprodução do mundo os limites do espaço e do tempo são fluidos - o espaço tem um caráter quase-temporal, e o tempo, até certo ponto, um caráter espacial."
(Arnold Hauser)
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É mais que clara, considerando a clareza absurda das ironias, a crítica à burocracia judicial neste livro. No entanto a grandeza desta crítica se expressa no gume de corte duplo em que achamos absurdo e irreal os acontecimentos que são extremamente compatíveis com nossa realidade. É como levar um tapa. Não só para abrir os olhos, mas tirar dos mesmos o costume ao absurdo decadente da realidade.


Joseph K., personagem central da história, do início ao fim do livro é acusado por algo que desconhece. Nenhum dos personagens, oficiais de justiça ou até mesmo juízes, recebe alguma explicação desta acusação que, provavelmente, está perdida em algum relatório de alguma mesa de algum escritório de algum membro do alto poder judiciário. Com o decorrer da história o motivo do processo vai se diluindo e assim, sendo esquecido. Ficando a loucura de um processo jurídico inalcançável e a única certeza a qual Joseph se agarra é; "sou um acusado". Enquanto vai se envolvendo com seu "processo" passa a agir como culpado de uma culpa desconhecida, não sabe explicá-la, mas a sente até as últimas páginas.

A culpa é personagem principal do livro. A insegurança de uma realidade que fica patinando na beira entre o absurdo irracional e o mais exato realismo das coisas nos faz sufocar tanto quanto aos personagens deste livro. Os diálogos nos colocam entre a verdade e a ironia do disfarce. Não se pode ler os personagens de Kafka acreditando na película de suas personalidades, é necessário buscá-los, no mínimo, nas entrelinhas.


- Os grandes advogados quem são? Como podem ser vistos? – pergunta Joseph K.
- Você nunca ouviu falar deles? – responde o pintor. Não há nenhum acusado que não sonhou com eles durante algum tempo. Não se deixe dominar por essa debilidade. Quem são? Não sei. Quanto a conhecê-los, impossível."


O máximo da crítica à burocracia judicial - por opinião própria não acho que existam diferenças muito acentuadas entre as outras Espécies burocráticas - na obra, acredito que esteja o diálogo com o pintor. Personagem que vive da venda de quadros sem talento aos membros desta burocracia decadente. Estes compram as obras por que devem-lhe favores diversos. Com o tempo tais favores se tornam uma teia social tão ampla com a "baixa" estrutura judiciária - em relação à alta estrutura - o personagem mesmo diz "Quem são? Não sei. Quanto a conhecê-los, impossível." - que se transforma em consultor nessa prática. No dialogo ele explica a Joseph como se viver com um processo. Guiando-o, em troca de seus quadros e a mais valiosa dívida, os favores acumulados, num mergulho de ralações sociais com os juízes a fim de adiar as consequências de seu processo. Após ouvir-lhe e minimamente aceitar sua ajuda Joseph entende a relação do pintor mendigo com os juízes engravatados que "de quatro" se arrastam para entrar no quarto abafado do pintor por conta de seus conselhos e informações dos estratos burocráticos. Neste dialogo, não somente mas em grande intensidade, se mostra exatamente a forma absurda e irracional do funcionamento da lei burguesa. E é no mínimo interessante o paralelo quase implícito com nosso critico parlamento do jeitinho brasileiro.
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De quando-em-vez, me excentrifico.

E caio
sem pingos nem cuidados


nessa tua solidão.
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A alguns dias atrás estava ouvindo meu radinho no celular em uma das pausas do trabalho e ouvi um relato de bombeiro que está no Haiti. Me chamou atenção quando lhe perguntaram sobre a organização da distribuição dos alimentos doados e ele respondeu:

- Não somos autorizados a dar nada aos haitianos. Deixar cair uma garafinha de água já é motivo para confusão. –



É inadmissível a forma como a “ajuda humanitária” esta se dando. Milhares de soldados representando países com milhares de interesses que obviamente pouco beiram a simples apoios humanitários. Nos jornais ouvimos a inteções do imperialismo a planos de reconstrução que sabemos bem como se dão.
Ao capitalismo, uma desastre é sempre uma oportunidade.

Esta frase, dita pelo bombeiro, mostra exatamente como se anda pintando o povo haitiano desde a ocupação pelas tropas da ONU. Nos primeiros dias apos o terremoto vimos como a ajuda internacional centralizou suas forças para ajudar as vitimas do desabamento do prédio da ONU. Mas não destinavam ajuda as comunidades mais afetadas... aos que realmente precisavam de garafinhas de água.

Ao discurso de que o povo haitiano precisa dos capacetes azuis, fuzis, tanques blindados ocupando o território para não se matar por alimente, ou seja, que são selvagens, incapazes de organizar de forma solidaria a ajuda internacional, discurso, dito desde o inicio da ocupação, de que a população haitiana é incapaz de decidir sobre seu próprio destino... as comunidades haitianas respondem:

Coloco dois relatos de Jornalistas independentes que estão no Haiti;
Amy Goodman, apresentadora do programa DemocracyNow!

Eles estão recebendo quase nenhuma ajuda. Passamos de uma família para outra, e eles disseram, continuamente, que suas vidas estão nas mãos de Deus. A própria ONU fez a declaração sobre a segurança. E nós queríamos saber a que eles estavam se referindo. Andamos livremente de um lugar para outro. As pessoas estão desesperadas, mas certamente pacíficas (...) eu penso que nós estamos falando de anarquia do governo, a incrível força comunal da comunidade. Estes campos de refugiados, esses campos menores e maiores que o número chega na casa dos milhares, são comunidades organizadas. À noite, eles colocam pedras na rua. Se você não conhecesse essas comunidades, você diria: 'O que está acontecendo aqui? Certo? São estes, você sabe, os anarquistas? Eles são violentos? Eles estão ameaçando?' Eles estão protegendo suas comunidades e aqueles que estão dentro. E eles não querem que as pessoas de fora entrem, especialmente à noite. É extremamente organizado a nível local, entre bairros, as pessoas ajudando-se mutuamente.


O jornalista Kim Ives, que está viajando junto com o DemocracyNow!

as organizacões comunitárias, nós vimos na outra noite em Mateus 25 (bairro onde há um alojamento com cerca de 600 pessoas desabrigadas) , a comunidade onde nós estamos ficando. Um descarregamento. .. um caminhão cheio de comida veio no meio da noite sem avisar. Poderia ter ocorrido uma briga. A organização da população local foi contactada. Eles mobilizaram imediatamente os seus membros. Eles vieram. Organizaram um cordão. Enfileiraram cerca de 600 pessoas que estão ficando no campo de futebol atrás da casa, que também é um hospital, e eles distribuíram a comida de forma ordenada, em porções iguais. Eles eram totalmente auto-suficientes. Eles não precisam dos "Marines". Eles não precisam da ONU. Eles não precisavam de nenhuma dessas coisas que estão nos falando que eles precisam, ditas também pela Hillary Clinton e o ministro do exterior. Essas são coisas que as pessoas podem fazer por elas mesmas e estão fazendo por elas mesmas.


Não podemos absorver o discurso da grande mídia que reflete a necessidade que o capitalismo tem de esconder suas contradições dentro de sua hipocrisia. Se o terremoto devastou o Haiti é por que lá não se construíram estruturas japonesas. E isso é resultado da desigualdade.
Organizado a serviço dos "privilegiados" não se pode esperar que o sistema questione suas contradições. Muito pelo contrário, irá construir na "fatalidade" de um terremoto um negocio lucrativo com suas multinacionais asseguradas pela ocupação da ONU.

É necessário estarmos atentos e amplamente solidários ao Haiti. Mas que esta solidariedade seja haitiana!

http://solidariedadeaohaiti.blogspot.com/
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Qual o movimento?

Entre a retina seca, de olhar,
E os elementos flutuantes do mundo.


Qual é a regra?

A lógica que rege a influência que se sofre como quando, por simples exemplos,
Ouvimos, a morte da mosca no balcão,
Palatamos, a nudez da rosa narina a dentro
ou
Assistimos da cuíca o ultimo grito?

Como o poeta, cantando sua poesia, pode esperar que do ouvido ouvinte
se ouça a mesma freqüência?

A qual nível encontra-se a resposta que o concreto inchado, intenso e mareado,
não vomita?

Mesmo entre o quatrocentos e o quatrocentos e um
decimais sobre milhão se dividem em infinitesimais proporções
que destoam da matemática

os tons da exatidão.

À níveis subjetivos a física clássica não é suficiente.
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